Kraven, o Caçador sofre de problemas que já são comuns nas adaptações da Sony | Crítica

“Kraven: O Caçador” é um filme que marca uma tentativa de expandir o universo de personagens da Marvel licenciados pela Sony, focando em Sergei Kravinoff, um dos vilões icônicos do Homem-Aranha.
- Roteiro fraco e pouco original
A história de “Kraven” não consegue se destacar, caindo em clichês já vistos em outros filmes de anti-heróis. O roteiro não explora de maneira satisfatória a complexidade do personagem, transformando Kraven em mais um arquétipo genérico de vingador solitário. A trama carece de profundidade emocional e não se compromete em explorar o dilema moral que poderia torná-lo interessante.
- Caracterização incoerente do protagonista
O filme suaviza e altera radicalmente aspectos importantes do personagem. Nos quadrinhos, Kraven é um caçador metódico e obcecado por honra, enquanto no filme ele é representado como um vingador ambientalista, o que não só destoa da fonte original como soa deslocado no contexto do universo apresentado.
- Direção inconsistente
A direção de J.C. Chandor não consegue equilibrar o tom do filme. Em alguns momentos, o longa tenta ser sombrio e violento, mas não mantém essa proposta de forma consistente. Além disso, as cenas de ação, apesar de intensas, carecem de criatividade e impacto emocional, tornando-se repetitivas e sem inspiração.
- Efeitos visuais decepcionantes
Embora o filme invista em algumas cenas de ação, os efeitos visuais são bem artificiais. Momentos cruciais, como as interações de Kraven com os animais, parecem mal renderizados, quebrando a imersão do espectador.
- Personagens secundários subdesenvolvidos
O filme introduz personagens coadjuvantes importantes, mas falha em desenvolvê-los. Isso é particularmente frustrante no caso de vilões como o Rino, cuja introdução é apressada e mal aproveitada, e do pai de Kraven, que poderia ter sido um antagonista mais profundo e impactante.
- Desconexão com o Universo Homem-Aranha
Sem uma ligação clara com o Homem-Aranha ou com o universo mais amplo, o filme parece perdido em sua própria narrativa. Faltam referências sólidas que justifiquem Kraven como parte desse universo compartilhado, o que prejudica seu apelo tanto para fãs quanto para novos espectadores.
- Ritmo irregular
O filme alterna entre momentos de ação frenética e longas exposições sem propósito, o que torna a experiência entediante em vários trechos. Além disso, os diálogos são pouco inspirados e frequentemente expositivos.
- Promessas não cumpridas
Os trailers do filme sugeriram uma obra mais violenta e ousada, mas a versão final parece hesitante em abraçar plenamente essa abordagem. A censura “para maiores” não é explorada como deveria, com violência superficial e sem impacto real na narrativa.
Conclusão:
“Kraven, o Caçador” sofre de problemas que já são comuns nas adaptações da Sony fora do MCU: uma história genérica, efeitos visuais medianos e uma desconexão temática e narrativa. Enquanto tenta reinventar um personagem icônico dos quadrinhos, acaba perdendo sua essência e entregando um filme esquecível. Para os fãs do Homem-Aranha e de seu universo, é mais uma oportunidade desperdiçada.
Kraven, o Caçador é um filme nota 4/10
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